domingo, 20 de abril de 2014

Recomeçando

E as palavras sumiram, nada é dito Tiro as ferrugens da minha língua e meus dedos, tento quebrar o cadeado que prende o coração, ainda não é um novo objetivo, apenas um novo passo, afinal estou recomeçando.  Se você quer estar no topo, tem que começar de algum lugar...


II

O mundo de cabeça pra baixo
Com pés no alto e mãos no chão
Não é capoeira, dói por dentro
São golpes da vida, golpes no coração


Ser pedaços de um eu antigo
Não ser seu inimigo
Saber que aceitar a dor
É o preço do amor



III


Quem puder amar terá que praticar
Quem quiser se libertar terá que se libertar

Se no seu quarto tem penumbra
Vem pro quintal, que lá o sol nos inunda

Não deixem os corações se perder
Os apaixonados não devem temer sofrer

sábado, 1 de março de 2014

Cântico à vida

-Tá com frio cara ?
-Não. - Respondeu com quase que um sorriso misterioso, pois queria dizer "não estou com frio porque meu espírito está quente..." mas achou que não fosse hora de puxar mais uma das suas conversas de "pensadores". Ele já havia acordado há muito tempo e ideias já surgiam como minhocas aparecem em terra adubada, mas cada um tem seu ritmo e achou que seu companheiro ainda dormia.

Óh vivacidade!
Óh vida e energia fulgurante
Óh avidez incontrolável
Saibamos que o espírito de vida que reside em nós
Anseia impacientemente pelo correr, pelo pensar, pelo gritar,
beijar, lutar, amar e levantar!
Anseia ardendo pelos fogos de artifício inartificiais.
Confessam-nos todas divindades, seja vênus deusa do amor,ou Deus cristão,
Odin pai de todos, ou um Exu que se mostra além da maldade e da bondade...
Todos querem nos ver e nos incumbiram até como objetivo gastar vida!
Não de uma ou outra forma, mas de todas pois o fim da humanidade é a mediocridade
Então não nos prendamos a algo, pois somos os únicos seres capazes de fazer, saber e ter tudo ao mesmo tempo.

Homenagem à chuva que chegou e vem chegando

Oh chuva eu gosto de você
Você me cai da cabeça aos pés como um grande abraço
Molha a terra pra eu pisar e não doer
E se importa com todos, preenchendo cada buraco desse mundo favo

Gosto de ir ao seu encontro sem capa ou guarda-chuva
Sentir teu toque gelado em meu corpo
Às vezes me sinto covarde até, eu de roupa e você nua
Me entrego pela metade e você como um todo...



                                                 Samuel Hamiton de Azevedo
A barca vai partir e eu ainda estou aqui...
A maré ondula na direção da rua
Os extremos que se encontram na cidade
Nem quem sonha com ela a possui

Seu corpo suave e sua dor necessária
Mas seu ardor quente como brasa
Ela se vê longe da massa
Mas é só a massa que pode traze-la

LIBERDADE

                                                                  Samuel Hamilton de Azevedo

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Da série "Cidade"

 Acabei de reunir quase tudo que tenho da série "Cidade", tá quentinha dá uma olhada ali do lado...

Cidades

Pelas cidades do Rio
De ônibus, van, trem
Todo mundo olha mas não vê ninguém

Pelas ruas cheias, cheias de gente dormindo
Você fala "não importa é só um mendigo"

De dia a compra, de noite o sono
A rua é fria e o prefeito é dono
Expulsa quem fala e mata quem grita
Diz "A população pobre deve ser extinta".

 
     ________,,_______

Talvez/ Dos olhos de um moço

Vejo prédios de papel
E os carros soltam vapor
Olhe aquele arranha-céu
É sem vida e incolor...

...

Seres...

O calor do verão ajuda minha mutação não morte
A causa de uns é a dor
A de outros o terror
Mas todos temem, temem o amor
Muitos vivem sem ele
Pois são seres imutados
Não mudam nem de opinião
Pobres seres retardados

(achando bem antigos... 2011)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Amores e ilusões

A lua que pinta as folhas de prata
A lâmpada que traz às folhas dourado
O vento que me bate no rosto
Traz memória dos dias ao teu lado

Lindas minúcias
Grandes paixões
Entregamos por completo
Nossos corações

A sorte que dá brilho à vida
A morte que lhe tira o sentido
Nessa viagem me lembro era
Tempo raro de paraíso

Lindas minúcias
Grandes paixões
Depois sempre vemos
Que eram só ilusões


                                     Samuel Hamilton de Azevedo

Borboleta do otimismo


Algo que floresce no verde mais lindo
Morre sem dó nem piedade
Vira cinzas revelando apenas vazio
Os extremos do mundo são mesmo inacreditáveis

Se falava pelos cotovelos
Hoje faz silêncio
Se escreveu louvores e apelos
Deixa palavras caírem no esquecimento

Se cantou e pulou de alegria
Hoje dorme sem pressa de viver
Se exaltou a beleza de todos os dias
Fecha os olhos pra realidade não nascer

Quem tenta viver tudo ao extremo
Às vezes esquece que a vida não é feita só de coisa boa
Esquece que num dia faz sol e noutro cai sereno
É a borboleta que num dia se arrasta e noutro voa ?


                                          Samuel Hamilton de Azevedo

De crianças e artistas são todos perdidos

A lua bela nos clareia
E se com arte soubesse
Pintaria em tela, toda cheia

A chamo "vem brincar comigo"
Mas ela se ocupa e diz "não posso meu amigo
Criança ainda és e eu já sou adulto
Tenho que trabalhar porque o sol ficou oculto"

Sob a luz mansa eu descanso
E confuso me perco em seu encanto

Em simplicidade de admirar
Escrever sobre ti
Se não posso lhe pintar
Me deixe perder por aqui


                                      Samuel Hamilton de Azevedo

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Espiritualidade

Luzes transpassadas de árvores iluminam meu corpo como se viessem de longínquos vitrais
São raios de sol do passado, presente e futuro
Mostram que a beleza, a vida, são dádivas concebidas a nós pelos seres imortais


(Ventos gelados sopram em mim vindos de um oceano misterioso e escuro
Tento agarra-los mas vento já não são mais
Ventos, luzes e mares são presentes
Elevam nossos valores espirituais)


                                                                                        Samuel Hamilton de Azevedo

Alguns poemas da série "De viagem"



De viagem
A estrada é longa
E a chuva se atira ao chão
Respingos de vida
Os lugares que passo...
São só espectros de uma grandeza invisível
O barulho alto ensurdece
Assim como o silêncio de todos enlouquece
E ela não estará lá...
Eles não estarão...
São condições avulsas
São como a chuva, respingos de algo maior



Estado ...

Uma estada fora do estado
Essas pessoas não existem
São todas velhas virgens

Uma estrada fora do estrado
Essas coisas só existem
Quando os loucos se admitem

Uma espada corta o laço
Que unia o homem vivo ao sensato!


Saudade
Que o sopro do vento aos meus ouvidos
Se mistura as batidas fracas do meu coração
As luzes artificiais não brilham tanto
Quanto os olhos em reflexão...

As coisas estão fora de seu lugar...
Você está no lugar errado
Assim como, quando não pisco
Meus olhos ficam embaçados


                                                                                                                   Samuel Hamilton de Azevedo