De Viagem



                                                   De viagem
A estrada é longa
E a chuva se atira ao chão
Respingos de vida
Os lugares que passo...
São só espectros de uma grandeza invisível
O barulho alto ensurdece
Assim como o silêncio de todos enlouquece
E ela não estará lá...
Eles não estarão...
São condições avulsas
São como a chuva, respingos de algo maior


O descanso da fome

A madrugada é longa e o descanso é pouco
Meu amigo, a cada vez que olho vejo mais “homem-porco”

Porque a fome se prolonga...
O descaso é coisa de louco
E em breve também estarei morto

Mas eu discordo de Sartre que disse “o inferno são os outros”
Pois, se olhares a ti mesmo no espelho
Verás um belo demônio disfarçado de “eu”
E o passo pode ser torto, assim como você é o outro!

O descaso persistiu e o descanso chegou...
Eu estou morto.


...
São verdes os cabelos da terra
E são lindos os cabelos dela
É grande a beleza da fauna
Imensa beleza da alma
Ó a terra de manhã doce e molhada
E sua pele sim... quente e delicada



Espírito Beatnik

O bater dos pés
A excitação no ar
Ausência de movimento não há!

Sentimos que o calor está chegando
Bocas carnívoras
Olhos sedentos
O som sempre estranho
As conversas como dentes de leão a voar...
Sem importância mas sem parar!

São ouvidos atentos
E narizes melequentos
O andar é longo e contínuo, apressado, com distúrbios, drogado...

A estrada te levando
Passadas não calculadas
Corridas desenfreadas...
A mente nunca fica cansada
A mente de um beatnik é mais que descontrolada...



Conversas

Você caiu andando
Deslizando no gelado, no profano
Um garoto
Seria uma miragem
Ou uma paisagem
Não sei do que se faz
Porque de tudo um pouco se abstrai
E a vida é uma conversa
Entre lentas e paralelas
Às vezes rápidas, mas sempre complexas



Pedra da rima (?)

Eu esqueci a pedra na caixa achatada!!
Seu otário na janela, não se distraia e vá na gandaia
Se for ou se expor, a pressa é o temor...
Porra a rima se perdeu no caminho de casa
Se perdeu... no caminho da minha cabeça
                             



Estado ...

Uma estada fora do estado
Essas pessoas não existem
São todas velhas virgens
Uma estrada fora do estrado
Essas coisas só existem
Quando os loucos se admitem

Uma espada corta o laço
Que unia o homem vivo ao sensato!



Liberdade (poesia em prosa)

As palavras me esperam pacientemente
Não aceito o que eu quero
E isso é estranhamente... (ruim...)
Em toda a flora sinto a bagunça tomar conta
Assim como em toda hora a tristeza se prolonga                                                                                     
Sinto-me desolado e ela não fica tonta, nem quando tem a ponta!
As coisas pequenas optam pela peculiaridade,
E isso é bom pois revela o que não é verdade
Mas o que eu quero acima de tudo....
É liberdade! 
 Em todos os tipo de puberdades...
Seja no amor ou em drogas
Na flor ou em cores mortas
Na dor ou em boas novas
As coisas são borradas e tortas
E a espera na porta
Mata a sede da poesia em prosa


Tristeza
Em cima da ladeira
Onde chove primeiro...
Só se falam asneiras
E o choro é derradeiro

Saudade
Que o sopro do vento aos meus ouvidos
Se mistura as batidas fracas do meu coração
As luzes artificias não brilham tanto
Quanto os olhos em reflexão...
As coisas estão fora de seu lugar...
Você está no lugar errado
Assim como, quando não pisco
Meus olhos ficam embaçados
               
....


Diga sim para a saída da prisão

Calma as palavras não tem fim
Eu vou chegando com a cara emburrada
Vejo logo
“vou dar uma porrada”
Mas eu digo sim!
E a porcentagem do que não poderia dar certo
Não podia ser medida
Porque era uma questão que não devia ser só lida
Sim... a liberdade sem limites


                                                 
                                                                                                            Janeiro de 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário